segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Um texto (não é grande coisa)


Ser e tempo: apresentação dos conceitos da existência autêntica em oposição à vida inautêntica.

EDUARDO DE ARAÚJO BENTO

Os conceitos que serão aqui apresentados, dão vazão a uma possibilidade de compreensão de apenas parte da teoria heideggeriana acerca da autenticidade, proposta por uma abertura completa do ser do Dasein. Contudo, aqui também será analisado como o ente encara sua cotidianidade mediana (e “pública”), com indícios ao caráter existenciário de uma vida inautêntica; o ser do ente não é “experimentado” abundantemente e abarcado conscientemente, assim como na compreensão do ser e do tempo em suas condições gerais das possibilidades de existência.

O tempo, em seu aspecto ontológico, é um movimento extático, ou seja, é a compreensão da abertura total do ser enquanto ente em êxtase. O Dasein é lançado à uma retomada ao advir, com aquilo que passou, gerando o apresentar-se no instante da decisão – não há uma consideração subjetiva e objetiva em três tempos diversos: na cotidianidade há uma preferência pela queda (decadência) no presente. Na concepção heideggeriana o futuro é primaz, sendo o passado ainda presente e, ao apresentar-se no “presente” como poder-ser; vai da abertura ao cuidado a partir das possibilidades existenciais. Portanto, é digno da compreensão geral no tempo com o Dasein, e é essencial explicitar as maneiras (modos) do tempo nas duas estruturas admitidas, ou seja, a vulgar e a “admirável”: na concepção vulgar o presente é o eixo, as vivências passadas são abandonadas e os momentos pósteros são deixados para depois, ainda realizáveis, interminavelmente; no tempo originário o futuro tem prioridade, o passado é a retomada dos momentos vivenciados, e o presente é o momento da tomada de decisão – assim a temporalidade denota a abrangência do ser com um “ir-ter” no tempo, o que dá sentido ao Dasein como condição existencial ao advir.

Outra parte importante da analítica existencial é a dualidade entre sujeito e objeto opondo-se ao Dasein, e dele junto ao mundo. Aqui a cotidianidade comum dá ao ente sua experimentação ôntica, do mesmo modo que não se serve da compreensão ontológica de si. Na realidade, não poderia ser admitido que o conhecimento, nesses termos da cotidianidade comum, se faz da relação entre sujeito e objeto; o que é, e deve ser, coroado como autêntico no Dasein é a abertura da subjetividade do ser deste ente, não como algo dentro do mundo, mas externo de si e com-o-mundo. O Dasein faz-se lugar no mundo que somos, em uma constância distinguível da ideia de sujeito “inserido” no mundo e do objeto subserviente ao mesmo sujeito; na aceitação ôntica-existenciária não há uma relação de possibilidade na abertura externa da subjetividade do Dasein.

Por fim, abordemos os aspectos da angústia existencial, dando vias de acesso ao termo dos conceitos supracitados, ou seja, aqui se aterá toda a estrutura da analítica na existência, com a condição mais autêntica do Dasein enquanto ente de possibilidades; fundamentar-se-á, assim, como já foi citada, a estrutura existencial e autêntica do cuidado (cura). É importante deixarmos claro que, primeiramente, a metodologia heideggeriana acerca da angústia analisa o ôntico do ente e a acepção ontológica do ser: o ôntico se dá na decadência do mundo circundante (intramundo), enquanto o ontológico faz-se “presente” na abertura extrema ao cuidado. E em segundo lugar, a angústia é o sentimento de total abertura do Dasein – diferente de qualquer tristeza fechada em nível ôntico -; ele sente-se abandonado, sem lugar, “dentro” de um vazio e exposto às possibilidades.

A angústia afasta a alienação do mundo circundante pelo seu caráter de estranheza, de sentir-se sem lar. Ela afasta as rotinas, os sensos vulgares de tempo, o conhecimento pela relação sujeito-objeto e as tristezas ônticas do ente. O que é estranho vem sempre marcado por compreender que a cotidianidade, nas relações intramundanas, é fechada às possibilidades do Dasein: a angústia só é “lúcida” quando vem de lugar nenhum, do nada; lucidez que transcende o mundo circundante, que mostra o ser como ele é, ou deva ser, ou possa ser, melhor ainda, passa a ser. Sem lugar e de lugar nenhum, a angústia é angustiada quando vivífica, a partir da analítica, o lugar donde a fenda para as vivências existenciais ficam em total dessemelhança com a decadência na infinitude circundante. Somos finitos e, por isso, a angústia se apresenta e nos autentica.

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Referências bibliográficas:

HEIDEGGER, M. Ser e tempo – Parte I. Vozes. Petrópolis, 1988.

NUNES, B. Heidegger – Ser e tempo. Acesso em 22/09/2010. Link: http://www.scribd.com/doc/35610771/HEIDEGGER-Martin-Ser-e-Tempo-Parte-I

3 comentários:

  1. Quee lindo, muito legal! adorei =) beijãão!

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  2. mt bom Duh..
    links legais!
    i like :p

    kisses*

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  3. Olha adorei seu blog, vc e uma pessoa muito legal. e eu torso pra q sua banda vai alem da fama bjks ate mais ver....vc pode achar estranho um nome de alerandro mais so q e da minha amiga, pq so dela q eu posso comentar, se por um acaso vc nao enteder depois eu te explico ta bjks.
    ass: Lorayne Amandaah

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