quinta-feira, 5 de março de 2009
Elisão
Meus caros,
Na postagem de hoje, mostrarei um texto, uma prosa em versos (ou versos em prosa), que fiz há algum tempo - foi em 2007 que compus tal passagem -, mas espero que as minhas compreensões daquela época tenham mudado de uma forma considerável; não sei se para pior, ou melhor. Transformar é algo sempre resultante no ser, ou mesmo um caminho tortuoso, com idas e vindas. Gostaria muito de ler alguns comentários sobre tudo isso que está aqui, para todo mundo ler.
Bom, não vou me alongar muito aqui no texto de saudação, deixo meus versos à degustação (ou reprovação) dos teus comentários:
VIII
Elisão
(Eduardo Bento)
Seguindo os meus próprios passos
Sinto a dor e vacilo ao perceber
Que, tantas vidas podem padecer,
De tanto medo em unir laços.
Tristeza acumulativa,
Fraqueza continuamente enfadonha;
Vejo almas perdidas, vidas transpostas à ilusão humana.
Pobreza real,
Riqueza enganosa;
Beijos caçados em prol de ficções aliadas à convicção mundana.
Ter valor é ser escolhido a não tê-lo;
Manter contido o brio que torna
Mais fraca a dor que mostra zelo.
Condenado a um círculo que me suborna.
Gênio escondido;
Falta de compreensão cativada.
Sem sentido ao senti-lo em palavras frouxas!
Unção comum, irreal e profanada;
Parecer retraído.
Uma conta real paga-se;
Volta-me à tona a verdade
Nos avanços em que contenho,
Para não utilizar jamais a irrealidade.
Tudo aquilo demonstrado ser puro,
Não passou de um ato falho, sem valor.
Não me comove mais as reações de orgulho,
E nem me dói demais um querer sem amor;
Sem calor
Nem clamor.
Só um destino é valido
Para quem se sente inválido.
Continuo na estrada sem condução.
Apenas observo os trejeitos desastrosos
E os ideais que são um senso em união,
Reunidos a vacilar perante os seres honrosos.
As raízes são mais fortes que os aprendizados olvidados.
A brutalidade torna-se orgulho diante da massa mais asnática;
Fico entristecido ao verificar que os valores foram trocados.
A naturalidade humana traz a comunhão entre seres enigmáticos;
Pelo fato servil, pela crença fastidiosa, original e histórica.
Conto estórias aos que me dão atenção,
Dôo carinho aos que me fazem viver.
Termino algumas breves relações inexatas
Que meu coração insiste em acolher;
Mas minha razão busca afastar qualquer emoção.
Nesse quarto, encontro-me.
Nesse mundo sou celibatário, perco-me.
Vejo a doença incrustada em meu ser;
Já termino a prosa! Não quero mais...
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"Nesse quarto, encontro-me.
ResponderExcluirNesse mundo sou celibatário, perco-me.
Vejo a doença incrustada em meu ser;
Já termino a prosa! Não quero mais... "
Texto excelente, muito bom mesmo! Só comprova aquilo que todo mundo que te conhece já sabe; você é um cara de muito talento, Dudu!
Copiei esse pedaço do texto, porque diz muito sobre mim hoje...Há muitas coisas que eu já não quero mais...
Parabéns irmão!
Caro Dário,
ResponderExcluirMuito obrigado por tuas palavras, pelo teu elogio sobre meus versos e a forma em que escrevo. Fico eternamente grato por sua amizade, irmão.
E você concluiu com maestria o que eu quis dizer com:
"... Nesse quarto, encontro-me.
Nesse mundo sou celibatário, perco-me.
Vejo a doença incrustada em meu ser;
Já termino a prosa! Não quero mais... "
Não é uma coisa impessoal, é muito pessoal e ao mesmo tempo coletiva.
Um grande abraço
Edu!!!!!!
ResponderExcluirVocê é realmente um cara de muito talento!
Um artista!
E artista pra mim é aquele que põe em suas obras a sua alma, a essência do seu momento, o seu sentimento!
é isso que noto em seu poema!
a poesia exalando da forma mais Eduardiana possível! auehuaheuaheu
Adoro essa forma de poema, onde soa como um 'unoálogo' de autor consigo! (acabeideinventar)
[monólogo é mais feio!] aiuehuiaheuiahiuea
Parabéns!!!!!!
e ah!! vou postar mais no meu blog!!
até com ele sou desnaturada! aieuhauiheuiaheui
tenho um livro que to escrevendo desde 2002
aeohaiuehiuae
chama-se Tempora Mutantur
um dia termino... kkkkkkkkkk
mas o objetivo dele é esse (agora)
"Os tempos Mudam"
vai expor bem em minhas poesias como eu tenho mudado com o tempo!
ui!
kkkkkkkk
bjaooooooooo procê!!
[empoguei-me no comentário]
Aeee Edu, bacana hein!
ResponderExcluirGostei! Ia copiar unstrechos que gostei, mas vá lá! O todo é muito bom!
Ae veio. Ficou bom, já tinha lido esse texto.
ResponderExcluirValeu
EDuuuu
ResponderExcluirseu blog ta foda.. mas esse texto é o melhor
parabens continue assim .. vc tem talento...
bjos Dafne
..."Gênio escondido;
ResponderExcluirFalta de compreensão cativada.
Sem sentido ao senti-lo em palavras frouxas!
Unção comum, irreal e profanada;
Parecer retraído."
Espetacular!!! Gosto de como trabalha com as palavras (geralmente de forma classica, formal)!
Congratulations!!!
Abraço forte!!!
Franciele M. S.
;)
testando
ResponderExcluirEduardo...amei seu blog!Muito bacana mesmo. Sempre lia sobre a Odisseia, mas nunca tinha visto nada, achei o trechinho muito interessante...Legal, a homenagem a nós mulheres, o mundo precisa de Homens Sensíveis, ValeW! Elisão, ShoW!
ResponderExcluirParabéns!!!
abração da amiga