Edvard Munch. A mãe morta e a criança. 1899-1900.
A criança
tenta silenciar a morte de sua mãe. O momento da morte não lhe parece nada
acolhedor, pela simples ideia de que o fim dos tempos é ausência de vida. Não
há como retornar ao passado reluzente e tranquilo; nem poderíamos adiantar o
tempo para um futuro enigmático e negrume. O grito silencioso da morte faz com
que a razão se perca no presente, e os sentimentos, puramente irracionais,
tornaram-se a presença distante de um futuro sem esperança. Por isso, a partir do
gesto de tapar os ouvidos, o termo da vida tornou-se a perdição dentro da dimensão
do tempo e do espaço, na qual se esperou por alguma alegria a vida inteira.
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