quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Revisitar...


Instinto genésico

Eu sinto, agora, o ufanoso sabor da tua pele
Adiante aos ares mais límpidos, introduzo-te;
Não há um prazer maior que eu vele,
Fico comedido à tua frente, posto a olhar-te.

Pero, tu abres as tuas hastes de contento,
E me doo aos teus carinhos sobre o meu mento;
O suor brota em nossas faces, pelas horas demoradas,
Viscoso amor suplantado em carícias violentadas.

Grandioso, cansativo e aprazível movimento fundido.
Nossos corpos são agora uma única e mesma personagem;
Corramos neste instante para o destino de nossa imagem...

D’uma satisfação embutida em teu rosto definido,
De beleza trina, incluir-se-ia a inteligência sem miragem;
Acabamos por gozar a vida sem terminar a viagem.

Eduardo Bento.
12 de outubro de 2006

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