segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Fortuito



Como eu ando completamente sem ideias, sem inspiração e sem vontade. Vou postar qualquer coisa...



ODOR DI FEMINA
Gonçalves Crespo - 1846 - 1883


Era austero e sisudo; não havia
frade mais exemplar nesse convento;
no seu cavalo rosto macilento
um poema de lágrimas se lia.

Uma vez na extensa livraria
folheava o triste um livro pardacento,
viram-no desmaiar, cair do assento,
convulso, e torvo sobre a laje fria.

De que morrera o venerado frade?
Em vão busco as origens da verdade,
ninguém m'a disse, explique-a quem puder.

Consta que um bibliófilo comprara
o livro estranho e que, ao abri-lo, achara
uns dourados cabelos de mulher.

4 comentários:

  1. Caralho! Só pq ele viu os cabelos louros de uma mulher ele desfaleceu? Eita nóis! xD

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  2. É a necessidade de mulheres que fez isso! Rsrsrs... Zoeira

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  3. Nunca?
    Ah, é bem desconhecido mesmo esse soneto. Mas é a prova que o Machadão não era o único negro que escrevia. Aliás, acho um tanto quanto racista quem fica dizendo isso como se fosse algo extraordinário, como se a cor de alguém quisesse dizer algo realmente importante!

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